Por democracia e Acesso Livre na UFC!

    Na manhã da última sexta-feira, 26/02, ocorreu uma reunião do CONSUNI (Conselho Universitário), instância máxima de decisão da UFC, na qual estava em pauta a aprovação do Novo Modelo de Vestibular, o Novo ENEM. Nesta reunião cerca de 200 estudantes da UFC, UECE e secundaristas estiveram presentes num ato, no qual se reivindicava a não aprovação do projeto, tanto pelo seu caráter em si (a proposta visa elitizar mais ainda a Universidade, dificultando o acesso dos estudantes de baixa renda), quanto pela falta de debates amplos e democráticos com a sociedade cearense e até mesmo na própria UFC. A partir da manifestação a reunião foi cancelada e os estudantes saíram vitoriosos.

    É possível que seu navegador não suporte a exibição desta imagem. Apesar da manifestação e da expressiva falta de debates democráticos e participativos, reivindicados pelo DCE (Diretório Central dos Estudantes), SINTUFC (Sindicato dos Servidores) e ADUFC (Associação dos Docentes), a administração superior da UFC fez valer mais uma vez a truculência, aprovando de forma explicitamente antidemocrática o projeto do Novo Vestibular na tarde do mesmo dia. Para tal a reitoria da UFC fez uso do ad referendum (como mesmo explica o site da UFC: “o ad referendum é o instrumento jurídico pelo qual o Presidente do colegiado pode assinar resoluções consideradas urgentes para, só depois, submeter à votação dos conselheiros”, ou seja, mais antidemocrático e verticalizado impossível), ela fez valer a sua vontade, deixando claro o caráter ilusório de “democracia” existente. Ressaltamos ainda que os próprios conselhos universitários configuram-se como espaços burocráticos e de simples legitimação da política imposta pela REItoria, uma vez que apesar de congregar docentes, servidores e estudantes, a divisão de cargos não é paritária e a própria REItoria conta com boa parte deles.

    Mas qual o problema do Novo ENEM?

    O estudante escolhe cinco cursos e universidades pelo país (sistema SISU) e, dependendo de sua pontuação será classificado para alguma universidade. O exame pode ser usado tanto como etapa única do exame de seleção, como pode estar junto do vestibular tradicional. Assim o governo propagandeia de forma descarada o fim do vestibular e o acesso ao ensino público superior. MENTIRA! Na verdade o projeto só vem a aprofundar ainda mais o caráter elitista e excludente da universidade brasileira, essa tal mobilidade que o Enem traz fará com que estudantes que se preparam nos melhores cursinhos do país tenham mais facilidade de entrar para os melhores cursos, independentemente da reunião, até mesmo porque eles são os únicos que têm condições de se bancarem fora de outro estado, tornando assim mais difícil ainda a entrada dos estudantes de escolas públicas na universidade pública, olhem que estes já tinham vida bem difícil quando tinham somente uma desleal concorrência local com os estudantes dos cursinhos de sua região. Esse novo ENEM inchará os processos seletivos dos centros de excelência, deixando os cursos com menores investimentos e sem estrutura para os estudantes da escola pública, e olhe lá. É por isso que SOMOS CONTRA O NOVO ENEM e lutamos PELO LIVRE ACESSO às Universidades. O vestibular é um instrumento que só tem sentido porque o direito à educação não é assegurado pelo estado.

    Para dar vazão a essa discussão, à construção dessa reivindicação e a continuidade dessa luta, convidamos à tod@s para se fazerem presentes na próxima reunião do COMITÊ CONTRA O NOVO ENEM, dia 03/03 (quarta-feira), no Centro de Humanidades 2 da UFC (CH2), pátio da história. O comitê se configura como um espaço em que pretendemos acumular em debates e pensar perspectivas de atuação, ainda que por hora o projeto tenha sido aprovado. É preciso agir!

    Comitê contra o novo ENEM!

    Por Acesso Livre Já!!!

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