CONTRA A OPRESSÃO DA MULHER

EM DEFESA DE UM 8 DE MARÇO CLASSISTA

“O atraso e a falta de direitos sofridos pelas mulheres, a sua dependência e indiferença não são beneficiosos para a classe trabalhadora, e de fato são um mal direto para a luta operária.” (Alexandra Kolontai)

A ExNEEF iniciou um importante debate no ano de 2008: o debate sobre a opressão da mulher, ocorrendo emdezembro do ano citado o primeiro espaço de auto organização de mulheres, que propôs para o XXX EncontroNacional de Estudantes de Educação Física, em 2009, o primeiro espaço de auto organização de mulheres doMEEF em um Encontro Nacional.
Verificado como tema importante e de amplo debate, algumas deliberações sobre esse tipo de opressão estiveram presentes e foram aprovadas pelo conjunto da plenária final do XXX ENEEF ocorrido na USP.
Entendendo a opressão da mulher como um dos pilares de manutenção da ordem do sistema capitalista, o debate está sendo iniciado com as pautas de reivindicações dos movimentos de mulheres: contra a criminalização do aborto, pelas creches comunitárias e contra opressão das mulheres pela mídia.
A pauta contra a criminalização do aborto aglutina as mulheres em torno de polêmicas moralistas e com ênfase no debate religioso, que criminalizam o aborto em nome de “não se poder tirar a vida de outro ser”, porém os chefes de Estado, os religiosos, os empresários, não debatem o direito da mulher sobre seu corpo e sobre as decisões de sua própria vida social, pois o não aborto pode significar abandono, miséria, desemprego, entre outros.
Outra pauta importante é o papel que exerce a mídia, dirigida pela burguesia, em relação à criminalização doaborto e a as condições de vida das mulheres, apresentadas sempre como amáveis, sentimentais, benevolentes e com corpos perfeitos e malhados, e sempre dando voltas nas dificuldades e saindo sorridentes, pois são nessas mulheres que o capitalismo deseja que toda a sociedade se inspire.
Essa percepção trás a reflexão de quão importante se torna o debate de opressão da mulher que historicamentetem a função aproximar as mulheres e identificá-las não como inimiga do homem e sim como inimiga doscapitalistas, trazendo seu caráter de classe.
Porém, muitas mulheres por se identificarem enquanto classe e se tornarem militantes possuem muitasdificuldades para tocarem as lutas, algumas são abandonadas pelos maridos (que mesmo pertencentes à classetrabalhadora estão tomados pela ideologia dominante) e necessitam cuidar de seus filhos, outras sofrem opressão dos seus pais para a não militância, outras são mães solteiras e necessitam cuidar de seus filhos, enfim inúmeras dificuldades se colocam como obstáculos para a militância.
Uma pauta importante de discussão é a viabilização de mães em qualquer espaço, na faculdade, no trabalho etambém nos espaços de militância, por isso a ExNEEF se posiciona a favor das creches comunitárias e dascreches universitárias, com atendimento amplo e vagas a todos, e começa a debater as cirandas, que são espaços cuidados por militantes, nos encontros do movimento, onde as crianças permanecem durante os fóruns e obtém formação política.
Táticas como essa auxiliam a aproximação e a militância diária das mulheres em prol do debate classista e noavanço das pautas sobre a opressão.
Pelo Brasil verificamos medidas farsantes tanto pelo governo Lula/PT como pelos governantes estaduais emunicipais, como creches comunitárias, que não possuem vagas para todas as crianças e com verbas ínfimas,vagões para mulheres nos trens e metrôs, creches universitárias que não abrange filhos de estudantes, dentreoutros.
Além disso, encontramos medidas repressoras como a não contratação de mulheres mães em determinadosempregos, o não direito a alimentação dos filhos nos restaurantes universitários, expulsão de mães estudantes de alojamento, e muito mais.
Tais medidas que vão de encontro a toda luta feminista classista, na qual a União Nacional dos estudantes coloca em pauta e mais uma vez em contradição defende incessantemente o Governo Lula/PT, e ao invés de lutar pela legalização do aborto, como pauta avançada, coloca tal tema de capa para lutar por exemplo contra a CPI do aborto e deixar as medidas do governo Lula/PT ilesas.
A ExNEEF entende o 8 de Março como Dia Internacional de Luta da Mulher, dia que se origina do movimento demulheres socialistas, e se posiciona:
POR UM 8 DE MARÇO CLASSITA
PELA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO
CONTRA A REPRESSÃO DA MÍDIA BURGESA
CONTRA AS MEDIDAS REPRESSORAS DO GOVERNO LULA/PT
CONTRA A UNE QUE APOIA AS MEDIDAS BURGUESAS




EXECUTIVA NACIONAL DE ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA

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